Aqui você conhecerá a verdadeira origem do teatro. Quando, Onde e Quem começou esta grande arte que continua até os dias atuais

O teatro grego era dividido em duas modalidades:

A tragédia

Do grego "tragoidía" ("tragos" = bode e "oidé" = canto). Canto ao bode é uma manifestação ao deus Dioniso, que se transformava em bode para fugir da perseguição da deusa Hera. Em alguns rituais se sacrificavam esses animais em homenagem ao deus.

O canto se associa à forma poética e o bode, animal ligado ao culto de Dionísio, à religião. Pode-se dizer que a tragédia se ocupa, então, de uma dupla dimensão que se verifica não só na sua própria estrutura, como também no seu conteúdo. De um lado o coro, personagem coletiva e anônima, que entoa cânticos religiosos e comenta os episódios da ação em versos líricos; de outro lado, as personagens que a partir de sua fala em versos que se aproximam do ritmo da fala do cotidiano, fazem o desenrolar da trama. Além disso, o coro, sob o aspecto do conteúdo de seu canto, representa uma dimensão humana da cidade, comenta a ação dos heróis sob a óptica do cidadão; enquanto os personagens, representam ações míticas e, portanto, divinas em certa medida.

A tragédia apresentava como principais características o terror e a piedade que despertava no público. Para os autores clássicos, era o mais nobre dos gêneros literários.

Era constituída por cinco atos e, além dos atores, intervinha o coro, que manifestava a voz do bom senso, da harmonia, da moderação, face à exaltação dos protagonistas.

Diferentemente do drama, na tragédia o herói sofre sem culpa. Ele teve o destino traçado e seu sofrimento é irrefutável. Por exemplo, Édipo nasce com o destino de matar o pai, Laio, e se casar com a mãe. É um dos exemplos de histórias da mitologia grega que serviram de base para o teatro.
A comédia

A origem da comédia é a mesma da tragédia: as festas ao deus Dioniso. A palavra comédia vem do grego "komoidía" ("komos" remete ao sentido de procissão).

Na Grécia havia dois tipos de procissão que eram denominadas "komoi". Numa, os jovens saiam às ruas, fantasiados de animais, batendo de porta em porta pedindo prendas, brincando com os habitantes da cidade. No segundo tipo, era celebrada a fertilidade da natureza.

Apesar de também ser representada nas festas dionisíacas, a comédia era considerada um gênero literário menor. É que o júri que apreciava a tragédia era nobre, enquanto o da comédia era escolhido entre as pessoas da platéia.

Também a temática diferia nos dois gêneros. A tragédia contava a história de deuses e heróis. A comédia falava de homens comuns.

A encenação da comédia antiga era dividida em duas partes, com um intervalo. Na primeira, chamada "agón", prevalecia um duelo verbal entre o protagonista e o coro.

No intervalo, o coro retirava as máscaras e falava diretamente com o público para definir uma conclusão para a primeira parte. A seguir, vinha a segunda parte da comédia. Seu objetivo era esclarecer os problemas que surgiram no "agón".

A comédia antiga, por fazer alusões jocosas aos mortos, satirizar personalidades vivas e até mesmo os deuses, teve sempre a sua existência muito ligada à democracia. A rendição de Atenas na Guerra do Peloponeso, no ano de 404 a.C., levou consigo a democracia e, conseqüentemente, pôs fim a comédia antiga.

Apresentação das peças teatrais

As peças teatrais eram apresentadas em festivais que eram mantidos pelo poder público e eram dedicados a Dionísio, deus do vinho. Ocorriam todos anos e elevavam os vencedores dos concursos à posição de cidadão insigne dentro da estrutura social da polis. Cada autor deveria apresentar três peças e um ditirambo satírico, gênero, do qual pouco se sabe (afinal apenas fragmentos chegaram até nós íntegros). Nessas festas, a população escolhia o melhor entre os concorrentes, e essa participação sistemática nos festivais nos leva a crer que a literatura entre os gregos ocupava uma posição de destaque, uma vez que fazia parte do dia-a-dia, era discutida e pensada como um assunto de estado.